Já ouvi muitas vezes que devemos carregar na mochila as próprias feridas, mas sempre com um punhado de rosas... Lindo pensamento...
Mas hoje, eu quero mesmo carregar as minhas próprias feridas, sem rosa nenhuma, sem esperanças... Porque esperança demais sufoca...
Quero ter, como diz Martha Medeiros, uma "tristeza permitida"...
O que percebo é que somos "obrigados" a nos mostrarmos bem, a darmos sempre a volta por cima, a usar provérbios de encorajamento... Sim... Tudo vai melhorar, quem acredita sempre alcança, não há mal que dure para sempre e blá blá blá...
A questão é que quero ter o direito, de vez em quando, de ficar chateada com as coisas que me fazem sofrer... Quero ter o direito de passar o dia sem rir para as pessoas e não ser considerada uma megera por isso... Quero ter o direito de chorar e não me sentir culpada...
Como dizem, um dia sem sorrir é um dia desperdiçado... Mas um dia sorrindo sem ter vontade de sorrrir, é um dia inventado...
Declaro que hoje é o dia ao qual não vou distribuir sorrisos por aí... Não vou fingir que está tudo muito bem, nem procurar por clichês otimistas... Vou apenas curtir o meu silêncio, chegar em casa, colocar meu pijama velho, comer doritos e tomar coca-cola, e ser companhia para mim mesma... Mas sem rosas, por favor...
